sexta-feira, 3 de julho de 2009

Relatório do Segundo Encontro

No dia 26 de maio, aconteceu o segundo encontro do GESTAR II em Tupanciretã, sendo pela parte da manhã dedicado à Língua Portuguesa, e no turno da tarde para Matemática.Pensando no sentido de que “ensinar não é dar respostas, mas fazer pensar nas perguntas”, a Oficina 2, do GESTAR II, inicia em local definitivo: a Sala de Reuniões da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto de Tupanciretã, no 3º andar da Prefeitura Municipal.


Fachada da Prefeitura Municipal de Tupanciretã.

O encontro foi aberto com a mensagem “Procuro Professores”, que causou identificação e emoção dos professores-cursistas. Na Oficina 1, tinha sido solicitado que as professoras, no estudo do TP 3, foi debatido sobre o papel dos educadores nas expectativas e desenvolvimento dos alunos, solicitando-se que no encontro seguinte os professores trouxessem por escrito o relato de uma atividade que tivessem planejado e que havia frustrado seus objetivos, tentando identificar qual o motivo de não ter cumprido o que se previa.
O passo inicial da Oficina 2, portanto, foi expor o que havia sido feito por cada professor, oralmente, discutindo as facilidades e dificuldades encontradas pelos mesmos.
Partiu-se dos seguintes questionamentos:

{ Diga que atividade realizou;
{ Quais as expectativas iniciais?
{ Houve mudança nas expectativas no decorrer do processo?
{ Que resultado foi obtido?
{ Por que falhou, em sua opinião?
{ A experiência foi repetida?
{ Qual a sua avaliação a respeito do que relatou?

As atividades destacadas foram bastante variadas (desde ações de produção textual até a confecção de jogos), e os motivos para o não alcance do que pretendiam se voltou para a falta de interesse e de atenção dos alunos (especialmente em 5ª e 8ª séries). Alguns professores questionaram se haviam sido claros o suficiente em suas explicações acerca da atividade a ser realizada ou que os alunos não dominavam os conteúdos trabalhados e/ou seus pré-requisitos, outros constataram dificuldade em ler, interpretar, estabelecer comentários críticos e compreender textos ou situações sociais expostas. Alguns professores destacaram que ao analisar os motivos da não efetivação do que haviam pretendido, deveriam ter abordado os temas em foco de outras formas, conduzindo o pensamento e levantando hipóteses antes de lançar a atividade em si.
A partir das discussões e contribuições de todas nas experiências das cursistas, refletiu-se que, para que haja trabalho, é necessário FAZER COM QUE ELE ACONTEÇA E CRESCER COM ELE, porque o trabalho docente passa a ser descentralizado no momento em que ele passa para a prática. É uma relação conjunta, e, por isso mesmo, exige participação e olhar para todas as direções (fatores externos e internos influenciam na aprendizagem e no ensinar – de professores e alunos).
Foi então passada a seguinte mensagem aos cursistas:

“Professor de Português tem sempre muuuuuuuito para contar!
É o que tem maior diálogo com os alunos, inclusive com os “mais difíceis”...
É o que “puxa” os projetos da escola...
É o que mais conhece o significado da palavra interdisciplinaridade...
É, com o de Matemática, aquele que tem o maior número de horas na escola e, por isso, é o que mais participa de atividades extraclasse com os alunos...
É quem redige as atas nas reuniões...
É aquele que tem obrigação de conhecer todas as regras ortográficas e “desfiar” o dicionário, sempre que solicitado...
É o mais cobrado...”

Discutimos sobre o nosso papel na escola, quanto educadores na essência da palavra, e quanto professores especificamente da Língua Materna, e da responsabilidade que é desenvolver a habilidade da comunicação social.Partimos então para a Atividade 1, realizada em 4 grupos (dois grupos receberam o número 1, e dois grupos receberam o 2), quando assistiram a mensagem “Espelho”. A partir desta divisão e da mensagem, foi solicitado que:

* GRUPOS DE NÚMERO 1:
- O que Renato demonstrou saber desde o começo da história?
* GRUPOS DE NÚMERO 2:
- O que Renato conseguiu fazer nesta história?

Os cursistas foram revendo a mensagem sempre que necessário e receberam uma outra com texto semelhante, para facilitar a compreensão e posterior uso em sala de aula, se julgarem válida.

Na sequência




Após cada grupo expor o que considerou em suas discussões, questionou-se: qual dos grupos descreveu competências? E qual focou as habilidades? Um certo silêncio se fez, e até mesmo a confusão normal das duas terminologias se manifestou.
Então, foram retomadas discussões sobre as atividades que eles trouxeram refletidas (solicitadas na Oficina 1) e se questionou se o que eles haviam estabelecido como objetivo era o desenvolvimento de competências ou de habilidades.
A partir daí, utilizou-se aspectos teóricos e práticos presentes no TP 3 para melhor esclarecimento do que se pretendia, e foram muito produtivos todos os comentários e questionamentos.

Mais informações






A atividade 2 da Oficina 2, relacionou-se ao seguinte texto-base:

Os dois garotos correram até a entrada da casa. “Veja, eu disse a você que hoje era um bom dia para brincar aqui”, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em casa na quinta-feira”, ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado. “Eu não sabia que sua casa era tão grande”, disse Marcos. “É, mas ela está mais bonita agora, desde que meu pai mandou revestir com pedras essa parede lateral. Essa garagem estava vazia exceto pelas três bicicletas com marchas guardadas aí.” Eles entraram pela porta lateral. Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade.
Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala de estar. Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som: o barulho preocupou Marcos. “Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio quilômetro daqui”, gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme jardim.
A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para brincar. Os garotos foram para a cozinha onde fizeram um lanche. Eduardo disse que não era para usar o lavabo porque ele ficara úmido e mofado uma vez que o encanamento arrebentara. “Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de selo e moedas raras”, disse Eduardo, enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia três quartos no andar superior da casa. Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe, cheio de roupas, e o cofre trancado onde havia jóias. O quarto de suas irmãs não era tão bonito quanto o de seus pais, que estava revestido de mármore, mas para ele era a melhor coisa do mundo.
(Traduzido e adaptado de Pitchert, J.& Anderson, R. Taking different perspectives on a story, Journal of Education Psychology, 1977)

A partir da leitura em grupos (permaneceram os grupos anteriormente formados), mediante sorteio, foram distribuídas as atividades para trabalhar a Unidade 9:

* Utilize o texto e produza:
- Grupo 1 – notícia – tombar a casa;
- Grupo 2 – e-mail – vender a casa;
- Grupo 3 – telefonema – alugar a casa;
- Grupo 4 – manchete – comprar a casa.

As produções resultantes desta atividade comprovam as maravilhas que os professores de Língua Portuguesa de Tupanciretã produzem:


Produção de um dos grupos participantes do GESTAR II Língua Portuguesa.

Então, foi lançada a pergunta “O que os grupos produziram são gêneros ou tipos textuais?”, e, após esgotadas as discussões mediante conhecimentos prévios, se perguntou “Qual é a diferença?”.
Para maior nitidez sobre o tema, foi utilizado o material intitulado “Gêneros e tipos textuais: uma conversa que se inicia...”, elaborado pela Profª M. Sc. Rita de Cácia Souza através de pesquisa e adaptação, esclarecendo o que são gêneros e o que são tipos textuais e trazendo exemplos bastante práticos e nítidos dos mesmos.
Ao final da Oficina 2, foi entregue um questionário para que seja preenchido até o próximo encontro.
Foi um encontro maravilhoso e as produções das professoras foram de excelente qualidade.