domingo, 28 de março de 2010

Relatório do Primeiro Encontro - II Etapa - GESTAR II - Tupanciretã - PORTUGUÊS

PRIMEIRO ENCONTRO – OFICINA 1
DIA 06 DE OUTUBRO DE 2009

RELATÓRIO DO PRIMEIRO ENCONTRO – II ETAPA
OFICINA GESTAR II – LÍNGUA PORTUGUESA
TUPANCIRETÃ – RS


No reencontro das cursistas e formadora do GESTAR II Língua Portuguesa, o interesse era grande em virtude da expectativa do retorno das Oficinas e Plantões após uma nova reunião em Porto Alegre. Sem contar que, em virtude da Gripe Influenza A H1N1, os contatos periódicos foram suspensos, ainda que orientações individuais – via e-mail, telefone e pessoalmente – tenham continuado a ocorrer.
Inicialmente, após as boas-vindas, foi entregue o novo cronograma, ainda com previsão para término no dia 30 de novembro, como previsto desde o princípio. O calendário é o seguinte:



PROGRAMAÇÃO E AVALIAÇÃO

CRONOGRAMA DE OFICINAS E PLANTÕES - LÍNGUAS PORTUGUESA E INGLESA
DATA DESCRIÇÃO HORÁRIOS
06/10 Oficina 18h às 22h
14/10
Oficina (Reunirá professores de Língua Portuguesa, Matemática, diretores e coordenadores pedagógicos) 18h às 22h
22/10 Oficina 8h às 12h
30/10 Oficina 8h às 12h
04/11 Oficina 8h às 12h
11/11 Oficina 8h às 12h
17/11 Plantão 8h às 12h
Plantão 13h às 17h
21/11 Oficina (Mostra interdisciplinar) 8h às 12h
Oficina (Mostra interdisciplinar) 13h às 17h
23/11 Plantão 8h às 12h
Plantão 13h às 17h
27/11 Plantão 8h às 12h
30/11 Oficina 8h às 12h

CRONOGRAMA DE OFICINAS E PLANTÕES - MATEMÁTICA E CIÊNCIAS
DATA DESCRIÇÃO HORÁRIOS
06/10 Oficina 18h às 22h
14/10 Oficina 8h às 12h
Oficina 13h às 17h
22/10 Oficina 13h às 17h
30/10 Oficina 13h às 17h
05/11 Oficina 13h às 17h
11/11 Oficina 13h às 17h
17/11 Plantão 8h às 12h
Plantão 13h às 17h
21/11 Oficina (Mostra interdisciplinar) 8h às 12h
Oficina (Mostra interdisciplinar) 13h às 17h
23/11 Plantão 8h às 12h
Plantão 13h às 17h
27/11 Plantão 13h às 17h
30/11 Oficina 13h às 17h

AVALIAÇAO DOS CURSISTAS
Avaliação a ser feita durante a 1ª etapa de formação:
20% Freqüência
100% (10 encontros) 20 pontos
90% (9 encontros) 15 pontos
80% (8 encontros) 10 pontos
70% (7 encontros) ou menos zero pontos

40% Atividades presenciais nas oficinas.
40% Atividades individuais escritas, a serem entregues.


Logo após breves esclarecimentos a respeito das datas e realização das atividades, a formadora passou a mensagem “Miniaturas”, que fala dos treze passos que se precisa dar para o próprio bem-estar, tão necessário aos docentes, uma vez que segundo esclarece Brandão (1991, p. 34),

[...] a atividade de ensinar deixa de ser uma atividade livre e comunitária e tende a inverter as utilizações de seus frutos, qual seja, o saber e a repartição do saber. A educação da comunidade de iguais que reproduzia em um momento anterior a igualdade, ou a complementariedade social, por sobre diferenças naturais, começa a reproduzir desigualdades sociais por sobre igualdades naturais, começa desde quando aos poucos usa a escola, os sistemas pedagógicos e as ‘leis do ensino’ para servir ao poder de uns poucos sobre o trabalho e a vida de muitos.

Estudar este fazer pedagógico e humano da escola não é novidade: Freire (2002) reforça a importância de se fazer esta imersão no mundo em que se vive para entender-se e posicionar-se no mesmo. Conforme o pensador (2002, p. 16), além de comum, este processo é fundamental porque já que “[...] não há homem sem mundo, nem mundo sem homem, não pode haver reflexão e ação fora da relação homem-realidade”.
A mensagem fala de valores fundamentais, como o perdão, a persistência, a confiança, a bondade e a gratidão. O texto dos slides é de autoria de Sílvia Schmidt.
Trazendo os TPs para a ação da Oficina 1 (Encontro 11), foi aberto o Caderno 1, Unidades 1 e 2, que trata das Variantes Linguísticas. A partir daí, foram retomados os assuntos tratados nos Cadernos de Teoria e Prática números 3, 4 e 5, estabelecendo relação entre o tema do primeiro volume.
Após trabalhar com o texto “A outra senhora”, de Carlos Drummond de Andrade, foram realizados debates sobre a aplicação das variantes linguísticas no dia-a-dia e especialmente na sala de aula, em virtude da diversidade que nela se encontra (em experiências, falares, cultura, valores, religiosidade, organização familiar, etc.), e de como este tema é tratado no ambiente escolar (como preconceito, bullying, entre outros que podem sufocar as participações e a aprendizagem dos alunos).
A tônica foi o questionamento: como cobrar a norma culta dentro de um falar tão diversificado? A compreensão de que ensinar a norma culta, a gramática, não é um equívoco, e que o “aceitar o que o aluno produz” tem limites que precisam ser claros para os educandos e professores, foi apropriada com alívio, em virtude dos conceitos sócio-construtivistas errados que foram divulgados e absorvidos ao longo de décadas no meio educativo.
Também foi discutido sobre as diferentes aplicações de uma palavra e a atribuição de sentido que ela dá na comunicabilidade dos indivíduos. Foi sugerido que as professoras, em grupos, escrevessem três frases com a palavra NÃO em situações distintas. Logo após, uniram as frases para esquematizar um parágrafo. Foi uma atividade que exigiu maior utilização de vocabulário e criatividade, o que as cursistas acharam ótimo para aplicar em sala de aula.
Tratando deste tema tão vasto, foram colocados dois exemplos. O primeiro é uma imagem gerada pelo endereço eletrônico youtube.com há cerca de 3 ou 4 anos, e que levou à forte expressão de preconceito (de gênero, lingüístico e social), onde o patrão gravou a empregada tentando falar a palavra “Youtube”. O segundo faz o caminho contrário: o e-mail “O Fax do Nirso” circulou pela internet valorizando o resultado da comunicação e não a falta de utilização da norma padrão. São situações de contraste envolvendo língua, linguagem, registros dialetos e idioletos que promoveram um debate bastante produtivo e reflexivo entre as cursistas.
Logo a seguir, foi solicitado que as professoras cursistas escrevessem um breve conto no tempo máximo de 20 minutos, no qual deixassem transparecer as suas marcas, linguagem, dialetos, idioletos e registros. A professora formadora alertou que em geral, o conto indica um caminho e muda completamente o desfecho, sem que perca o sentido.
No começo, elas julgaram que isso não seria possível, que não estavam inspiradas, que precisariam estar sozinhas ou em silêncio. Neste momento, a formadora levantou uma questão pertinente e que fez com que os argumentos não prosseguissem: DEPOIS QUE VOCÊS FAZEM A CHAMADA, ACALMAM A TURMA, FAZEM A AÇÃO MOTIVACIONAL E EXPLICAM O QUE DESEJAM QUE OS ALUNOS FAÇAM NAQUELE DIA, QUANTO TEMPO RESTA DOS 45/50 MINUTOS DO PERÍODO DA AULA DE REDAÇÃO PARA QUE OS EDUCANDOS ENTREGUEM PRONTA E REVISADA A SUA PRODUÇÃO TEXTUAL E QUAL O AMBIENTE PROPORCIONADO A ELES PARA QUE FAÇAM A ATIVIDADE?
Passado o tempo, cada cursista leu o seu texto, e os resultados foram surpreendentes para as próprias professoras que não imaginavam a capacidade que tinham, em pouco tempo e em situação diferente da considerada ideal (local, tempo, ambiente, etc.).
Em anexo, a produção de uma das cursistas:



Logo após as leituras, palmas, risadas e surpresas, complementando a atividade recém realizada, foram exibidos slides com o conto “Expectativa Nada Virtual”, produzido pela formadora durante o Curso sobre Leituras promovido pelo Projeto Rondon, em julho de 2009, mostrando como o desfecho pode ser alterado sem que o enredo perca o sentido.
O referido conto já foi apresentado no blog, tendo sido produzido no segundo encontro do GESTAR II, em Porto Alegre, com o título "Expectativa Nada Virtual".
O encontro foi encerrado, deste modo, após o estudo sobre a Unidade 2, do TP 1, do GESTAR II Língua Portuguesa, da qual se sintetizou com a seguinte explicação:
 Norma culta: “Quando escrevemos, nos preocupamos em ser corretos, claros, sem ambiguidades, diretos, enfocando objetivamente o assunto do estudo” (TP 1, p. 58). Ela estabelece um padrão comum a todos os falantes e facilita sua interação/comunicação.
 Linguagem literária: Pode ou não utilizar a norma culta. O uso de dialetos e idioletos é que a torna especial e em contato com o mundo criado por ela e para o qual é criada.
 Modalidades da língua: São duas: oral e escrita. Ambas precisam ser trabalhadas constantemente em sala de aula.

As mensagens básicas de hoje foram também resumidas em um slide. Observe:

Que nas salas de aula predominem as situações de diálogo e respeito ao falar e escrever dos alunos. Sua persuasão, serenidade, capacidade de sair da posição de educador para avaliar seu fazer cotidiano são os caminhos mais adequados para aperfeiçoar sua prática pedagógica.
Ofereça bons e variados exemplos de textos orais e escritos.
Dissecar: segundo o dicionário Houaiss, significa, em sentido figurado, “examinar ou considerar com minúcia; esmiuçar, anatomizar, escalpelizar”. Faça isso nos textos que utilizar se deseja bons falantes, bons ouvintes, bons leitores e bons escritores.

Como atividade de retorno, foi solicitado:
“Nas Unidades 1 e 2, foram sugeridos vários “Avançando na Prática”, com uma série de atividades para você desenvolver com seus alunos. Escolha uma dessas atividades para realizar com sua turma. Depois, escreva o relato da experiência e entregue-o na próxima oficina, quando você vai também comentar a atividade com seus colegas”.
Na verdade, esta atividade será entregue no terceiro encontro, pois no segundo teremos uma reunião geral para expor o Projeto Gestar II para Tupanciretã em 2010.
No final do encontro, conforme combinado entre os cursistas e a formadora, e com a concordância da formadora da UnB, Aya Ribeiro, se solicitou que as professoras trouxessem no terceiro encontro um tema ou conteúdo em Língua Inglesa para que se fizesse um trabalho voltado à propostas idênticas às desenvolvidas na filosofia do GESTAR II.

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